Esse aqui é outro trabalho escolar que eu fiz para a aula de Português.
No texto nós teríamos que dar continuidade a história de um garotinho de cinco anos que por um briga boba, decide sair de casa, no meu texto eu escrevi com o pai narrando. O parágrafo onde nós teríamos que começar a continuar a história termina com o garotinho falando para o pai "Eu vou-me embora desta casa!".
Espero que gostem!
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- Eu vou-me embora desta casa!
- O quê?- disse - Como você espera se sustentar, arranjar comida...?
Mas enquanto eu falava ele continuava com uma cara de quem não estava entendo uma palavra. Continuei falando enquanto ele me dava as costas e ia em direção ao seu quarto resmungando. Ouvi a porta bater com um estrondo.
Olhei para minha mulher:
- Você viu isso, amor? "Vou sair de casa" - Balancei a cabeça em desaprovação - Esse vai dar trabalho quando crescer!
Maria riu:
- Criança é tudo assim mesmo...
Criança é tudo assim mesmo? Veremos...De repente ouvi os passos de meu filho, que vinha carregando uma mochila grande demais para seu corpo magricela. Ele foi em direção a cozinha. Olhei para minha mulher que me olhou com seu melhor olhar de "Vai falar com ele agora".
Fui para a cozinha e vi meu filho enchendo a mochila com aqueles biscoitos recheados de chocolate que ele só comia o recheio e jogava o resto embaixo da cama.
- O que você está fazendo?
- Já disse que vou embora! - Ele arrumou a mochila no ombro e cambaleou - Tchau!
Quando ele passou pela mãe, ela olhou assustada para ele.
- Aonde você vai querido?
- Embora, mamãe.
Ela arregalou os olhos por um segundo e pensei que ela ia convencê-lo de que aquilo era ridículo, mas ela apenas disse:
- Tudo bem, só não vai longe, ok, amor?
- Tá, mamãe.
Foi embora batendo pé e bateu a porta da varanda. Me virei para minha mulher.
- O que foi isso? Vai deixar ele ir embora?!
Ela sorriu e disse:
- Olhe para a janela.
Olhei e vi meu filho perdido na nossa rua sem saída, vi ele sentando e abrindo uma embalagem de biscoito.
Conhecia aquela expressão em seu rosto e entendi por que Maria não se preocupou. Fiquei olhando meu filho ali, por mais meia hora, por que foi esse o tempo que ele ficou lá fora.
Quando voltou, pediu desculpa para a mãe fazendo questão de ficar de costas para mim.
Chateado, fui para o quarto e bati a porta. Fui tomar banho e voltei à sala e encontrei os dois jogando cartas. Quando minha mulher me viu, disse furiosa:
- Você está molhando a casa toda!
Meu filho de cinco anos me olhou com um ar superior e disse:
- Mulher é tudo assim mesmo, pai.
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